SERMÃO
DAS SETE PALAVRAS
De pé, junto a Cruz, Maria, cheia de angústia e de
dores,
ouvia de seu Divino Filho as últimas palavras.
[No presbitério, estarão o
esquife e o andor de Nossa Senhora das Dores. Contornado o esquife, na parte de
cima, estarão Maria, a Mãe de Jesus, Maria Madalena e outra Maria. Junto à
Maria, o apóstolo João. NO centro do presbitério a cruz com o Cristo e à
frente, o candelabro com sete velas ou o menorá. O silêncio, marca o tom desta
celebração. Coroinhas, acólitos e ministros ocuparão os primeiros bancos e
assim que terminar a sétima palavra eles já se posicionam com a cruz
processional, tochas ou velas para o início da procissão]
Padre:
A
cruz foi o divino pedestal eleito por Jesus para proclamar suas últimas
súplicas e decretos. No alto do Calvário se esclareceram todos os seus gestos,
atitudes e pregações. Maria também compreendeu ali, com profundidade, sua
missão de mãe. Jesus é a Caridade. A perfeição dessa virtude, nós a encontramos
nas "Sete Palavras". As três primeiras têm em vista os outros
(inimigos, amigos e familiares); as demais, a Si próprio.
Música:Lamentos do Senhor
Apaga-se a primeira vela do
Menorá.
Primeira Palavra: "Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34)
É
a primeira "palavra" que os divinos lábios d'Ele pronunciam na cruz,
e nela já encontramos o perdão. Perdão pelos que Lhe infligiram diretamente seu
martírio.
Apaga-se a segunda vela do
Menorá.
Segunda Palavra: "Em verdade te
digo: hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23, 43)
Enquanto
um ladrão ofende, o outro louva Jesus e admoesta seu companheiro, dizendo: Para nós isto é justo: recebemos o que
mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum" São palavras inspiradas, nas quais
transparecem a santa correção fraterna, o reconhecimento da inocência de
Cristo, a confissão arrependida dos crimes cometidos.
DESCE-SE O BRAÇO ESQUERDO DO
CRISTO.
Apaga-se a terceira vela do
Menorá.
Terceira Palavra: "Mulher, eis aí
teu filho". "Filho, eis aí tua Mãe".
É
perfeita e exemplar a presteza com que São João assume a herança deixada pelo
Divino Mestre: "E dessa
hora em diante, o discípulo a levou para a sua casa". São João
desce do Calvário protegendo, mas sobretudo protegido pela Rainha do céu e da
terra. É o prêmio de quem procura adorar Jesus no extremo de seu martírio.
Apaga-se a quarta vela do
Menorá.
Quarta Palavra: "Meu Deus, meu
Deus, por que Me abandonaste? (Mt 27, 45)
Jesus
clama em alta voz, mas nossos ouvidos são duros. Era indispensável falar com
força. Jesus não profere uma queixa, nem faz uma acusação. Deseja, por amor a
nós, fazer-nos entender a terrível atrocidade de seus tormentos.
Desce-se o braço direito do
Cristo.
Apaga-se a quinta vela do
Menorá.
Quinta Palavra: "Tenho
SEDE." (Jo 19, 28)
Jesus
derramara boa quantidade de seu preciosíssimo Sangue durante a flagelação. O
pouco sangue que Lhe restava escorria pelo sagrado lenho. Por isso, a sede
tornou-se ardentíssima.
Apaga-se a sexta vela do
Menorá.
Sexta Palavra: "Tudo está
consumado" (Jo 19, 30)
Na
Cruz foi vencida a guerra contra o demônio. Para que o preciosíssimo Sangue de
Jesus Salvador ponha fim ao império do demônio em nossas almas é preciso que
crucifiquemos nossa carne com seus caprichos e delírios, combatendo também o
respeito humano e a soberba.
DESCE-SE O CORPO DO CRISTO E
O COLOCA NO ESQUIFE.
Apaga-se a sétima vela do
Menorá.
Sétima Palavra: "Pai, nas tuas
mãos, entrego o meu espírito" (Lc 23, 46)
Desde
o primeiro instante de sua existência, encontrava-se unida à natureza divina,
na pessoa do Verbo. Portanto, ao abandonar o corpo sagrado, sairia vitoriosa e
triunfante. "Meu espírito", provavelmente aqui significaria a vida
corporal de Jesus. Na cruz, abriu-se, assim, o caminho para a nossa
ressurreição.
Inicia-se a procissão do Senhor morto